Por José Aurelio
O senhor Toffoli, quando criança, ganhou o concurso de menino mais bonito do seu bairro, “porque além de lindo era também inteligente e honesto”, segundo a presidente da comissão julgadora, que por acaso era sua própria mãe. Assim se criou o “efeito Toffoli”, que mais tarde seus detratores ressignificaram como pura enganação. Modernamente esse efeito gerou uma modalidade nova de marketing com a categoria de greenwashing, uma crença de verdade nas maravilhas que só um mentiroso conta de si mesmo.
No greenwashing é possível ver empresas com símbolos falsos se dizendo sustentáveis, sem confirmação de qualquer empresa certificadora idônea. Normalmente ela faz ao contrário do que comunica, uma mentira fácil de descobrir em tempos de internet, porque a greenwashing é basicamente uma mentira insustentável. Em 5 pontos se confere a “insustentável leveza do ser”: por poluir o ar, contaminar a água, envenenar o solo, destruir a flora ou deformar a fauna. Pode ser uma forma isolada, várias combinadas ou tudo isso junto. Em tempos de Internet, ninguém mais pode mentir sossegado.
A mentir é um erro moral que incomoda cada vez mais ao consumidor e o faz perder a confiança na empresa. O mesmo erro, porém, quando judicializado pode ser absolvido num tribunal. A influência das grandes empresas nas normas e leis é poderosa e chega a pontos inimagináveis, como por exemplo a isenção de impostos na comercialização de agrotóxicos, aqueles produtos químicos banidos na maioria nos países de origem, que envenenam a micro vida do solo, contaminam as águas subterrâneas, estragam os alimentos plantados e a saúde dos consumidores que se alimentam. Ninguém mais está ileso.
Não bastasse as empresas de armamentos, de química e extrações minerais em escala, algumas empresas de alimentação também ajudam a matar pessoas, na medida em que contaminam seus produtos com os outros venenos possíveis. Tudo dentro da lei, claro, é só um pouquinho para dar uma cor, um outro pelo sabor, mais um para melhorar a textura ou o tempo de prateleira e assim vai. Segundo o marketing da casa, o que importa é que as crianças adoram. “Eles podem até estar na lei, mas não podem mais dizer que não sabem o que estão fazendo”, diz abaixo a cientista climática mexicana Ruth Cerezo Mota.- veja no Link
Por outro lado, há também o risco de empresas idôneas e sem culpa moral serem condenadas. Por via das dúvidas, parece mais econômico ser sincero. Só que para sustentar a palavra, é preciso praticar ações sustentáveis, sem sacrifício de clientes, funcionários e fornecedores. Para começar se fazem práticas alinhadas com a natureza, sem prejuízo do ar, da água, do solo, da fauna e da flora. Quando se sabe para onde quer ir, vale a pena utilizar a moderna IA e ter um poderoso instrumento para chegar a um mundo sustentável de fato. A tecnologia pode nos dar muitas ideias, mas não pode apontar qual é a melhor”. Christian Terwiesch. Professor de Operações – Wharton. https://oid.wharton.upenn.edu/profile/terwiesc/
PS.
Aproveito para encerrar este texto com uma homenagem ao querido Emilio Alexandre Gomes que juntamente com a Silvia conduzia cada edição do Marketing Nutricional e de quebra me brindava com seu humor e honestidade em muitas tardes de Sábado, num café do Center 3. Ele se foi, mas deixa uma jornada de trabalho focado e íntegro. Todos que conviveram com o Emílio certamente desejam que esteja em paz e nos inspirando na continuidade do seu legado.
Um abração, amigo !
José Aurélio Claro Lopes – Diretor na Precx Consultoria em Alimentação Ltda.
https://www.marketingnutricional.com.br/emfoco-foodservice.html#atualidade